DESIGN THINKING E A GESTÃO DE NEGÓCIOS

Por conta de algumas experiências vividas nos últimos anos observando o comportamento do mercado percebi um certo interesse na aplicação do design ao ambiente de negócios, então nada mais natural que compartilhar algumas observações aqui em nosso blog.

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Existem inúmeras nomenclaturas que se referem a uma abordagem mais empática a respeito das necessidades do cliente, no entanto existe, dentre elas, um posicionamento que vem ganhando destaque não só na BBR e seus parceiros como também no mundo dos negócios em geral, o design thinking. Em suma, seria o ato de se ter o cliente como centro de requisitos do produto ou serviço com um olhar mais minucioso sobre o uso e a experiência proporcionada pela marca.

Não é novidade que para agregar valor às marcas os empresários começaram a entender a necessidade de se vincular a um conceito, a uma percepção mais abstrata e sensorial sobre o produto e como ele poderia acrescentar a vida de quem o usa muito além do consumo, como por exemplo criando associações entre um carro e a ideia de liberdade ou aventura, ou com uma marca de refrigerantes vinculando felicidade e criatividade. A grande questão está em proporcionar pertinência a essa sensação e respeitar a individualidade do consumidor mesmo se tratando de um produto produzido em larga escala. Volto a lembrar que estamos falando sobre o conceito, sobre branding, sobre aliar o custo, o benefício somado a experiência.

H. Ford dizia que empreender é conseguir o equilíbrio entre os melhores produtos pelo menor preço pagando os melhores salários. Reitero que no cenário atual é necessário acrescentar a essa equação também o fator de experiência com a marca, e é exatamente nesse ponto que o design emerge como principal diferencial.

A grande novidade reside na necessidade de não somente refletir e se pensar sobre o conceito agregado a marca, mas também cada derivado dessa matriz, cada produto possa atender e respeitar as necessidades de cada indivíduo complementando os propósitos da empresa.

Em meio ao emaranhado de vetores que impulsionam o negócio, o cálculo da perda, das ações inerentes ao operacional, financeiro, marketing e RH já não acontecem mais de forma desconectada. É necessário a ciência da existência de uma espinha dorsal, um propósito maior de funcionamento, e o papel do design é justamente costurar todas essas disciplinas para um funcionamento simbiótico entre o que as empresas fazem, como elas fazem e para quem elas fazem. A visão do design aplicado aos processos garante um melhor delineamento de propósitos, máximas que se reportam a um objetivo maior, que por si atendem a uma necessidade ainda maior, neste caso, o cliente.

Não é a toa que no Fórum Econômico Mundial de Davos em 2006 o design foi pauta singular como recurso estratégico das grandes marcas e países desenvolvidos ante aos fenômenos asiáticos, em que concorrer somente segundo os modelos antigos de produção em massa não são mais praticáveis por conta disso é necessário pensar em uma nova etapa pós-qualidade física, e custo de produção, é preciso pensar em relacionamento.
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O sucesso deriva do cumprimento das promessas ao cliente.

E o entendimento contemporâneo de design já venceu algumas barreiras, como a idéia do “belo” sendo a única resultante deste tipo de trabalho. Entender a causa, entender sobre a experiência, sobre o relacionamento que surge a partir da sequência de acontecimentos midiáticos-sensoriais, da comunhão entre a internet, outdoor, revista e embalagem de forma condizente com a expectativa do cliente, é o ponto e o grande diferencial da empresa e onde mora o aumento no lucro tão desejado. Phili Kotler já dizia: “As empresas não precisam de um negócio, elas precisam de uma causa” e parametrizar o fluxo orgânico da empresa a fim de mantê-lo dentro do propósito maior e melhor aproveita-lo enquanto tal é o que o design se habilita, é o que a existência de um bom projeto tende a proporcionar.